Pular para o conteúdo principal

A difícil tarefa de evangelizar na Noruega

O pastor Jahan Binai, 54 anos, é iraniano e dirige atualmente uma igreja composta por ex-muçulmanos na Noruega

Como o senhor chegou aqui?
Fui reitor numa faculdade no Irã por 14 anos e vivia muito bem financeiramente. No entanto, tinha problemas com o regime no poder. Na cidade em que morávamos, quando a polícia fazia batidas, começava por nossa casa e, por causa dessa pressão política, deixamos o país. Primeiro fomos para a Turquia e dali, através da ONU, nos tornamos refugiados; depois viemos para a Noruega.
Quando chegamos aqui, pensamos que era o paraíso, porque os que estavam ao nosso redor nos mostravam amor. Mesmo que não falassem de Jesus conosco, sentíamos Jesus na vida deles.
Primeiro eu me converti e muita coisa mudou em mim; depois, minha esposa se  converteu porque viu as mudanças na minha vida. Nunca pressionamos nossos filhos, mas eles viram as mudanças na vida dos pais e eles próprios tomaram a decisão de seguir a Jesus.
Entramos em contato com iranianos em Oslo, a capital, e começamos a ser bem ativos na comunidade.
Trabalhamos durante 7 ou 8 meses e, embora não visse ninguém se convertendo, não desistimos. Com o tempo, Deus abriu as portas e, certo dia, começaram a chegar à igreja ônibus cheios de muçulmanos. Em cada culto víamos muçulmanos se dobrando e aceitando a Jesus. De vez em quando, viajamos até Dubai ou ao Azerbaijão como missionários para pregar.
Quais restrições o senhor ou a igreja tem enfrentado?
Quando vou ao asilo de refugiados, às vezes sou proibido de entrar. A direção do próprio asilo me proíbe: os funcionários, ou até mesmo muçulmanos fanáticos, e isso com o consentimento do governo. Tem sido um pouco complicado aqui na Noruega, mesmo sendo um país cristão, pois tem sido difícil evangelizar os muçulmanos.
Alguns são fanáticos e por isso nós às vezes temos problemas, somos criticados por eles. Fui ameaçado de morte, eu e minha família.
O senhor precisou de proteção policial por um tempo. O que aconteceu?
Um homem me telefonava repetidamente, e ele me ameaçava, dizendo que eu era uma vergonha para o islamismo; que o fato de eu convidar muçulmanos para cultos cristãos e fazê-los se converter ao cristianismo me tornava um impuro para o islã e que, por causa disso, ele mataria a mim e a minha família.
Acabamos sentindo que isso era algo emergencial e então ligamos para a polícia. Tínhamos medo de ir para a nossa casa, mas a polícia me forneceu um alarme para chamá-la, caso algo acontecesse. Andei meses com esse alarme e trocamos nossos números de telefone.
Numa das últimas ligações que recebi, disse ao meu perseguidor que o amava e não me importava, mesmo que ele de fato viesse a cortar meu corpo em vários pedaços, como havia dito que faria. Passou algum tempo e as ameaças cessaram. Então fui à polícia e disse-lhes que achava que Deus estava mudando o coração daquele homem e acreditava que não precisava mais de proteção policial. Mesmo assim, a polícia continua rondando a área onde moramos.
O que é mais urgente para o seu trabalho?

Oração e proteção. Outro desafio para nós que trabalhamos com essas pessoas é a mentalidade delas, pois é muçulmana. Elas transferem os valores muçulmanos para o cristianismo e esquecem que a mentalidade cristã é fundamentada na graça, enquanto a muçulmana é baseada no quanto de mau ou bom você fez. Nosso desejo é que eles tenham uma relação pessoal com Jesus, porque no islã há uma distância muito grande entre Deus e Jesus e leva algum tempo até que eles compreendam a necessidade de viver essa nova vida. Precisam muito de oração e da Palavra de Deus. Precisamos também de parceiros de oração e parceiros financeiros para o programa de televisão, pois é um projeto muito grande. Temos dois satélites. É um programa diário exibido várias vezes ao dia. Mais de 300 milhões de muçulmanos têm acesso a ele e muitas vidas têm sido alcançadas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Conheça a igreja da Colômbia

       Ocupando a 35ª posição no ranking da Classificação da Perseguição Religiosa 2015, a Colômbia é um lugar de grande violência contra os cristãos. Por outro lado, o crescimento da igreja é significativo  Governo da Colômbia não está interessado em direitos religiosos, para ele a Constituição 1991 já se posiciona afirmando a liberdade de religião. Porém, a realidade não é bem assim como diz a Constituição. As áreas rurais que são controladas pelas unidades de guerrilha são áreas onde o governo só pretende erradicar as minorias. Nas áreas indígenas é necessário que as igrejas locais tenham uma autorização especial dos líderes indígenas. Em áreas controladas pelos grupos armados ilegais, igrejas podem operar somente com a permissão das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Exército de Libertação Nacional da Colômbia (ELN) ou comandantes paramilitares. Apesar de toda essa pressão, a igreja da Colômbia é formada por cinco milhões de membros, dos quais 20%, um mil

Você quer facilitar as coisas? Vale a pena assumir um compromisso radical com Jesus: o caminho perfeito!

Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam”. (Mateus 4:8-11) Como é difícil passar nos testes que vida nos impõe por permissão de Deus! Muitas vezes, é mais fácil sermos aprovados quando estamos vivendo crises do que quando estamos sendo aplaudidos. A Bíblia oferece uma lista impressionante de pessoas que não passaram nos testes da vida nos momentos que estavam subindo. Um exemplo disso é Saul. Há também uma lista enorme de reprovados nos testes da vida em um ambiente de honra, assim como há uma lista extensa de reprovados que estavam indo ladeira abaixo. Jesus é o nosso modelo do céu, que o Pai apresentou à Terra, porque foi testado em todas as situações e foi aprovado. A

“Evidências confirmam existência de Adão e Eva”, diz geneticista

Especialista defende que os cristãos devem estudar as informações científicas, para defender a confiabilidade da Bíblia Uma conceituada geneticista molecular decidiu fazer um documentário para mostrar a historicidade de Adão e Eva. Para ela, as descobertas modernas no campo da genética confirmam os ensinamentos da Bíblia que todos os seres humanos descendem de um casal original. A doutora Georgia Purdom possui Ph.D. em genética molecular pela Universidade Ohio State. Já publicou artigos em uma série de revistas científicas, incluindo Journal of Neuroscience e Journal of Bone and Mineral Research. Além de trabalhar como professor de biologia, tem se dedicado a apoiar o ministério de apologética cristã Answers in Genesis (AiG). Já fez diferentes palestras sobre o assunto nos EUA e seu mais recente trabalho, disponível agora em DVD chama-se “A Genética de Adão & Eva”. Seguindo a perspectiva da genética, ela examina o relato de Gênesis sobre as origens da humanidade. “Um dos